O nascimento de um departamento de futebol

 

Nesta terça-feira (20), o dirigente gremista Marcos Herrmann aceitou o cargo de vice-presidente de futebol. Após alguns dias de discussão no Conselho Administrativo e negativas de Herrmann alegando “problemas particulares”, ele assume a pasta que estava vaga desde março desse ano, quando o então conselheiro Paulo Luz deixou o cargo.

Como o presidente Romildo Bolzan deixou claro em suas ultimas manifestações, o clube passa por um momento de transição. Um dos pilares dessa fase é a montagem de um departamento de futebol, iniciada pela posse de Herrmann como vice-presidente. Essa montagem está sendo feita porque houve um esvaziamento de figuras com essas designações nos últimos anos. Paulo Luz (ex-vice) e o antigo executivo de futebol, Klauss Câmara, deixaram o clube recentemente e abriram lacunas importantes no departamento.

O CEO do Grêmio, Carlos Amodeo, tentou assumir parte dessas funções, mas não teve sucesso. Até o próprio Renato Portaluppi intervia na negociação de jogadores. Com o fracasso recente do Grêmio nas finais da Copa do Brasil e na pré-Libertadores, o diagnóstico feito pela direção é que não cabia a eles essas atribuições. Portanto, as medidas políticas e administrativas que estão sendo tomadas, são absolutamente saudáveis e necessárias para essa nova gestão do clube.

O objetivo é anunciar mais três dirigentes: dois diretores-políticos, que assim como Herrmann não são remunerados e dedicam seu tempo livre para dirigir o Grêmio; ao contrário do outro cargo vago com remuneração, o diretor-executivo. Esse último chegaria com enorme responsabilidade, uma das suas tarefas, por exemplo, seria fazer contato com empresários e contratar jogadores com a maior assertividade possível, sem abrir margem para péssimos investimentos, como foi feito na maioria dos negócios por executivos anteriores.


Após o anúncio oficial de sua nomeação como vice, Herrmann concedeu sua primeira entrevista coletiva no cargo. Minhas impressões foram boas. Demonstrou gratidão pela oportunidade, disse que a sua marca seria “taça no armário” e que o Grêmio vai priorizar o uso da gurizada (aquilo que sempre pedimos). Espero que a palavra dele se materialize, ultimamente o Grêmio tem sido incoerente com os seus compromissos. Haja vista a contratação dos veteranos Rafinha e Thiago Santos, quando há poucos dias antes dos reforços desembarcarem no Salgado Filho, o presidente Romildo deixou claro que iria aproveitar os jovens e não contrataria os “cascudos”. O discurso tem sido um e a prática outra.

Agora com o vice nomeado, a tendência é que acelere a busca pelo novo técnico, pois segundo o presidente Romildo, a situação ideal seria começar a estruturar o departamento de futebol e depois dar prosseguimento a contratação de uma comissão técnica. Parece-me uma decisão acertada, definir a composição do organograma de futebol é importante para construir democraticamente a escolha de quem vai ser o treinador.

Tiago Nunes é o grande favorito para assumir a vaga de Renato Portaluppi. Além de outras qualidades metódicas prezadas pela direção, o ex-Corinthians parece ter o perfil de aproveitar a base como Herrmann almeja. A negociação já está bem encaminhada e ele estaria apenas esperando a definição do vice-presidente para fechar os últimos detalhes do seu vinculo ao Grêmio. Definição feita, resta aguardar...


Texto: Marcelo Henrique 
Fotos: Lucas Uebel / Grêmio FBPA

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