Em tarde iluminada de Ferreira, Grêmio vence e vai para a final do Gauchão

 


Grenal à vista. O Grêmio venceu novamente o Caxias do Sul por 2 a 0 e está na final do estadual, o adversário é o Internacional, que bateu o Juventude no outro confronto das semifinais. O tricolor vai em busca do tetracampeonato para manter a hegemonia azul no estado. 

O jogo de hoje foi tranquilo, durante boa parte do tempo o Grêmio procurou administrar a vantagem construída no primeiro jogo, entretanto, a performance do time demonstrou algumas evoluções técnicas e táticas. Tiago Nunes parece estar encontrando um jeito do time jogar, a forma é parecida com a de Renato, uma equipe que gosta da posse de bola e trabalha ela para abrir espaços e envolver o adversário. A diferença é que o time está mais objetivo e vertical. Antigamente a troca de passes era localizada na zona morta do jogo, da intermediária para trás. Agora a posse de bola é mais próxima do gol adversário. 

Um dos desdobramentos dessa mudança do time é a fixação de Thiago Santos na cabeça de área e a liberação dos outros meio-campistas. No jogo de hoje isso foi muito nítido, Matheus Henrique e Darlan apareceram na pequena área para marcarem seus gols, porém a finalização do camisa 15 não valeu. Gol anulado. A presença dos volantes dentro da área é fundamental para um maior volume ofensivo do time, isso evita que as ações do Grêmio no ataque sejam pouco produtivas, já que o número elevado de jogadores atacando ajuda o surgimento de chances de gol. Diego Souza tem papel importante nesse processo, deslocando a marcação dos zagueiros para quem vem de trás invadir a área com liberdade. 


A partida também serviu para pôr panos quentes na avaliação de jogadores que se destacaram no jogo contra o frágil Aragua, da Venezuela. Luiz Fernando e Diogo Barbosa, por exemplo, foram abaixo daquilo que produziram no massacre da Copa Sul-Americana. A lateral esquerda e a ponta direita são posições que a direção gremista precisa avaliar com atenção e buscar soluções no mercado, visto o baixo desempenho daqueles que as ocupam. Uma outra alternativa seria apostar em jogadores oriundos da base como Guilherme Guedes e Léo Pereira, porém Guedes pouco joga e Pereira aparentemente não consegue atender as expectativas.

A defesa que pouco foi testada contra o Aragua, hoje enfrentou dificuldades, novamente na bola área. Tiago Nunes parece ser adepto a sistema de marcação por zona, uma marcação coletiva, mas que até o momento os jogadores não entenderam seus posicionamentos. É uma falha que vem se repetindo a vários jogos e que precisa ser corrigida urgentemente para a sequência da temporada. Porém, essa deficiência não significa um sistema defensivo frágil, pelo contrário, tirando esse ajuste a defesa parece estar no caminho certo, os espaços na entrada e dentro da área estão diminuindo. Fruto do trabalho de Tiago Nunes e da presença de Thiago Santos, que vem se destacando com seus desarmes e até algumas investidas verticais.

O grande legado do jogo foi a participação de Ferreira. O camisa 11 fez uma ótima partida, a marcação do Caxias teve sérias dificuldades para acompanhar o atacante gremista. No primeiro tempo driblou como quis na grande área, e deu bela assistência para Matheus Henrique escorar de cabeça para o gol. No segundo tempo, em sua jogada característica de drible, arranque diagonal e finalização, Ferreira criou ótima chance chutando na trave, e depois no segundo gol, com lindo drible em dois marcadores e batendo no cantinho de Marcelo Pitol. Ferreira vem desequilibrando e colecionando grandes atuações, a tendência é de evolução.


Texto: Marcelo Henrique.

Fotos: Lucas Uebel / Grêmio FBPA e André Ávila / Agência RBS. 




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