Com a chegada de Diego Cerri, Grêmio conclui a recomposição do seu departamento de futebol

Em meio a euforia do tetracampeonato gaúcho, o Grêmio anunciou oficialmente nessa segunda-feira (24) a contratação do novo diretor-executivo do clube, Diego Cerri. A negociação já estava bem encaminhada mas o Grêmio precisou esfriar as tratativas para se concentrar na decisão do estadual e o próprio profissional tinha algumas pendências pessoais para resolver antes do anúncio oficial. Com essa contratação, o Grêmio encerra a busca no mercado por profissionais que vão ocupar função no departamento de futebol do clube.

Como diretor-executivo, Cerri tem passagens por clubes de menor expressão como RB Brasil, Ceará e Bahia. Segundo apuração de GZH, o perfil de trabalho de agradou a direção gremista. Aproveitamento da base, entendimento do projeto do clube e experiência na Série A foram fatores decisivos na sua contratação. Além disso, a direção abdicou de buscar executivos "figurões" como Alexandre Matos (ex-Cruzeiro) e Paulo Pelaipe (ex-Flamengo). A intenção era contratar alguém que agisse discretamente nos bastidores. 

O cargo que vai ser ocupado por Cerri estava vago desde setembro do ano passado, quando o então executivo Klauss Câmara havia sido demitido. O CEO do Grêmio, Carlos Amodeo estava assumindo a função de forma interina.

Cerri chega com a missão de agir precisamente nessa função que é tão importante para qualquer clube de futebol, será ele quem terá a tarefa de contratar jogadores. Nos últimos anos, o Grêmio tem mais erros do que acertos nesse aspecto. 

Klauss Câmara deixou um péssimo legado em seu trabalho. No elenco atual, apenas Diego Souza se destacou entre as suas 19 contratações; dentre elas: Rafael Galhardo, David Braz, Diego Tardelli, Vanderlei, Thiago Neves, Robinho, Everton Cardoso, entre outros. Ou seja, a maioria de suas apostas não deu certo. 

A eficiência das contratações não falhou apenas no conteúdo, mas no formato também. O lateral-esquerdo Caio Henrique foi contratado no início de 2020, sob cláusulas que permitiam facilmente a saída do jogador para o mercado europeu com apenas seis meses de contrato. Foi o que aconteceu em agosto de 2020, quando o Monaco da França tirou Caio Henrique da Arena. Outro caso de moldes questionáveis foi o de Thiago Neves. O meia contratado a pedido de Renato Portaluppi no início de 2020, teria seu contratado renovado e um significativo aumento salarial se fosse relacionado para um determinado número de jogos, independente de sua titularidade ou rendimento. Diante da repercussão negativa do vazamento da informação, o Grêmio preferiu rescindir com o jogador.

Claro que havia bastante influência do antigo treinador na escolha desses jogadores. Klauss Camara era encarregado apenas de executar as ordens que Renato dava. Agora sem a sombra de uma figura imponente como Renato, a expectativa é que Cerri tenha autonomia para trazer reforços de qualidade e que não sejam nocivos para a integridade financeira do clube.  


Texto: Marcelo Henrique.

Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia.

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