Título da Recopa Gaúcha foi apenas detalhe perto do brilho da gurizada


O domingo (06) foi de boas notícias para a torcida tricolor. Não só por mais uma taça no armário e pela derrota acachapante do maior rival, mas também pela boa performance dos garotos. O jogo vencido por 3 a 0 contra o frágil Santa Cruz serviu para dar minutos a jogadores que pouco foram usados na titularidade dessa temporada. Além disso, o torcedor pôde ter uma noção clara do elenco que o Grêmio tem.

No primeiro tempo, o Santa Cruz teve uma postura cautelosa e nada ousada. Preferiu suportar o ímpeto gremista enquanto pôde fisicamente, para num contra-ataque tentar a sorte contra a zaga reserva do tricolor. Diante do time do interior bem fechado, o Grêmio teve dificuldades na criação, ainda mais com a inexplicável posição de armador de Everton Cardoso, que não produziu quase nada enquanto esteve na função. Um jogo pobre tecnicamente, assim se resumiu o primeiro tempo. 

No segundo tempo, a equipe que conquistou a Copa FGF (Federação Gaúcha de Futebol) sucumbiu fisicamente diante do Grêmio, ficou mais fácil para encontrar espaços. Guilherme Azevedo abriu o placar aproveitando o bom cruzamento de Guilherme Guedes. Um gol que dá confiança para o guri que vinha sofrendo com críticas a respeito de sua ineficiência.

Depois de uma cena grotesca entre os defensores do Santa Cruz e o jogador do Grêmio, Léo Pereira aproveitou o espaço vazio para fazer um belo gol de cobertura e ampliar a vantagem. Embora Léo não seja um primor tecnicamente, chama a atenção o seu bom posicionamento e participação em lances capitais, ele sempre está presente em jogadas decisivas.

Para fechar a conta, Victor Bobsin invadiu a área e rolou para Jhonata Robert bater firme para assinar seu gol no 3 a 0. Coube ao Grêmio apenas "cozinhar o galo" para garantir mais título, importante no contexto de hegemonia estadual.

No geral, faltou entrosamento para os reservas, porém alguns jogadores se destacaram. Guilherme Guedes se lançou ao ataque várias vezes com boa troca de passes e com cruzamentos que já superam Cortez e Diogo Barbosa. Defensivamente foi difícil de avaliá-lo em virtude de fraco poderio ofensivo do adversário. O lateral esquerdo sofreu com muitos problemas de lesão e ficou impedido de ter uma sequência para disputar posição. Mas diante da atuação desse domingo, a tendência é que passe a jogar mais para tentar conquistar a posição que não tem dono definitivo. 

Também destaco os dois volantes, tanto Fernando Henrique quanto Victor Bobsin foram bem mais uma vez. O entrosamento dos dois nas categorias de base parece pesar a favor deles. Fernando Henrique chama atenção pela sua peculiaridade ao jogar de forma talentosa com os dois pés, ele também é dono de lançamentos capazes de acelerar o ataque e dificultar a recomposição da defesa adversária. Bobsin também se assemelha nesse aspecto mas tem outra virtude, a entrada na área. Se trata de um jogador que gosta de ocupar os espaços e aumentar o volume ofensivo do time, ainda que a "volancia" seja sua posição. Com a ascensão desses jogadores, a sustentação de Lucas Silva como titular se complica.


Texto: Marcelo Henrique.

Fotos: Lucas Uebel / Grêmio FBPA.



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